Tivemos o privilégio de, nos Estados Unidos, servir ao Senhor no ministério da Assembleia de Deus em Boston que, na época, tinha a reputação de ser um dos maiores ministérios brasileiros além das fronteiras do nosso país.
Fomos acolhidos pelo nobre e digníssimo pastor Ouriel de Jesus que em pouco tempo nos confiou a honra de pastorear uma de suas igrejas.
E chegamos recomendados e referendados pelo nobre pastor José Pimentel de Carvalho, hoje saudoso em nossa memória, e pela Convecção Catarinense a
qual na época era presidida pelo nobre pastor Nirton do Santos.
Fomos desafiados a pastorear uma Igreja no Centro de Boston em uma área nobre, por ser uma área universitária. A área era espiritualmente muito carregada e ali vivemos muitos confrontos de caráter espiritual. O maior e mais desafiador deles foi pastorear uma Igreja que já estava lá há 14 anos e não crescia.
Era considerada uma igreja tão difícil que, assim que a assumimos, recebemos de alguns pastores “meus pêsames”, uma vez que aquele lugar já havia desafiado o ministério de vários pastores que por lá passaram. Em meio a tanto pessimismo, foi ali que tivemos uma das maiores experiências pastorais no discipulado.
Nós desenvolvemos um disciplinado e substancioso trabalho de discipulado com a igreja e conseguimos conscientizá-los que não bastava serem unicamente crentes evangélicos e cristãos, mas sim discípulos, e a partir daí revertemos aquele quadro de letargia que havia pairado sobre a igreja durante 14 anos.
Logramos em um tempo recorde de 6 anos passarmos de 87 pessoas entre congregados para chegarmos ao número de 350 membros cadastrados.
Você que não conhece a realidade de pastorear imigrantes na América e está no Brasil agora lendo este livro, talvez esteja se perguntando: Qual a relevância de, em 6 anos, aumentar o número de membros de 87 para 350? Talvez você diga que aqui no Brasil é comum já começar uma igreja com 350 membros. Gostaria de informá-lo que lá é como se 1 valesse por 10. Uma igreja de imigrantes na América com 350 pessoas equivale a mais ou menos uma igreja no Brasil com 3 mil e 500 membros.
Tornamo-nos uma referência de igreja na grande Boston, não apenas pelo substancioso crescimento quantitativo, mas também pelo crescimento qualitativo e operacional. A igreja cresceu numericamente, em qualidade de caráter, testemunho e no sentido funcional. Tudo ocorria bem, em uma verdadeira engrenagem.
Espero que este livro, nobre companheiro, te estimule acreditar no método de Jesus. É um método infalível. Ele nunca disse: “Ide e fazei crentes, evangélicos ou cristãos”, mas sim “Ide e fazei discípulos”.
Samuel Ribeiro